Seguidores

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os órgãos de poder local


A Constituição de 1976 deu uma nova distribuição do poder pelos órgãos de poder central, poder regional e poder local.
Os alunos aprenderam que os órgãos de poder local têm autoridade para tomar decisões respeitantes à vida local das suas comunidades, pois, por estarem mais próximos dos cidadãos, têm maior capacidade para conhecer e resolver os seus problemas.
Assim, estes novos cidadãos (alunos do 6º ano de escolaridade) decidiram participar na vida da sua comunidade, escrevendo uma carta aos seus presidentes de Junta de Freguesia mostrando, segundo o seu ponto de vista, o que de bom tem a sua freguesia e o que nela precisa melhorar.

A CARTA DO ÉRICO CABRAL COUTO do 6º F



Arrifes, 18 de Maio de 2012
Exmo. Senhor presidente
Gostava de opinar sobre a nossa freguesia para a melhorar.
Em primeiro lugar gostava que pintassem nas ruas as linhas (tracejadas, contínuas e amarelas) e pintassem passadeiras, para haver mais segurança.
Gostaria, também, que houvesse mais espaços verdes para as famílias.
Podia financiar pequenas empresas para criar mais postes de trabalho, para haver menos desempregados.
Gostava que criasse diversões para as crianças (como por exemplo uma piscina) e assim teria uma população mais feliz.
E se tomasse estas estas medidas teria mais votos nas próximas eleições.

Com os melhores cumprimentos
Érico Cabral Couto

sábado, 19 de maio de 2012

Portugal nos dias de hoje

A oferta de equipamentos para a ocupação de tempos livres é mais vasta e variada nas áreas urbanas: ginásios, cinemas, museus, parques, cafés, espetáculos de teatro, música.
Nas áreas rurais, é muito comum a existência de associações recreativas ligadas ao folclore, a grupos desportivos e a grupos corais.


Apresenta-se o trabalho: "Como ocupamos os tempos livres?"



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Histórias de Vida


A história de vida dos meus avós

Em 1950, na cidade de Malange, em Angola nascia a minha avó. Angola sendo, na altura, uma colónia portuguesa recebeu a tropa portuguesa para defender o direito de posse dessa mesma terra. Destas tropas de Portugal fazia parte o meu avô que se integrava nesta força militar como comando. Eis que os meus avós conhecem-se e casam e tiveram dois filhos nascidos em Angola, um deles é o meu pai. A vida corria normalmente, numa altura em que o povo reivindicava os seus direitos tanto em Portugal (25 de Abril) como em Angola, onde começava uma guerra civil. Esta terra, até à altura, acolhia em harmonia, angolanos e portugueses.
Sob um clima de insegurança, violência e ameaças constantes, para os portugueses que lá viviam, os meus avós decidiram vir para os Açores e regressaram, assim, à sua terra de origem como refugiados. Sendo o meu avô açoriano, S. Miguel foi o destino escolhido para começar uma nova vida. Para a minha avó que, pela primeira vez se encontrava na terra de origem do meu avô, foi muito difícil a adaptação às pessoas, que tinham uma mentalidade muito fechada, própria dos meios pequenos. As infra-estruturas eram pouco desenvolvidas, as terminologias verbais eram diferentes e a curiosidade e o preconceito em relação a pessoas de origem africana (cor da pele) era visível. Uma das várias dificuldades de integração na região foi arranjar um emprego que fizesse justiça às habilitações da minha avó sem ter em conta a origem da mesma. Na opinião da minha avó, Angola tinha o direito de ser independente, mas não de forma abrupta como se passou, deveria, antes, tê-lo feito de forma gradual, passando primeiro por uma autonomia (como acontece nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira), e só depois alcançar a independência. Pois Angola é um país com recursos, capaz de suportar uma auto governação. Actualmente, a minha avó considera, que os Açores evoluíram bastante graças às novas gerações.
Trabalho elaborado por:
Leonardo Melo, 6ºF

O avô do Alexandre


Chamo-me Armindo Domingues de Sá, nasci a 26 de Novembro de 1949 no lugar de Paradela de Frades em Terras de Douro, Braga. Sendo o sexto de oito filhos de meus pais.
Cedo emigramos (tinha eu 5 anos) para Angola num dos maiores navios da altura, o Príncipe Perfeito.
O meu pai foi o responsável pelos cálculos de ferro para a grande barragem do Compão. A sua vontade era que eu seguisse a sua profissão, mas os meus interesses eram bem diferentes. Aos dez anos trabalhei numa oficina de mecânica chamada “João Bizarro, LDA”. E assim fui aprendendo a minha arte.
 Uns anos mais tarde os meus pais regressaram a Portugal tendo eu ficado com a minha irmã mais velha, por opção.
  Nesta linda terra que muitas saudades me deixou conheci a minha esposa que também tinha emigrado com os pais.
  Frequentei a tropa em Nova Lisboa, onde fui também instrutor de condução no SICA GAC 2. Nesta altura fazia 320 km para cada lado para ir ver a minha, na altura, namorada.
Nesse tempo vivi imensas aventuras, cheguei a ter um acidente de mota por ter adormecido.
Casei no dia 12 de maio de 1973 na igreja da Arrábida, no Lobito, e em Julho de 1974 nasceu a minha filha Márcia e lá foi baptizada na paróquia de Lírio. Trabalhei nos grandes estaleiros navais da SOREFAME.
Em 1975, para nossa grande tristeza, fomos obrigados a fugir do país em guerra, pois os assassinatos dos portugueses à catanada eram frequentes. Fomos para o aeroporto e embarcamos debaixo de fogo. Conseguimos regressar a Portugal porque tínhamos passagens marcadas para virmos de férias e foi o que nos valeu. Viemos com 120 escudos no bolso, pois o dinheiro angolano de nada valia. A minha esposa colocou um pouco de leite em pó e açúcar na mala e foi o que nos valeu para matar a fome à nossa filha.
Chegados a Portugal não tivemos qualquer apoio do estado e fomos para casa dos meus pais. A minha mãe chegou a dividir uma sardinha para cada duas pessoas, porque entre filhos, noras, genros e netos muitas bocas havia para alimentar e os recursos eram escassos.
Algum tempo mais tarde fomos viver para Ceia, terra da minha esposa, mas estando habituado ao clima quente de Angola, que muitas vezes me levava ir à meia-noite de bicicleta à praia do Restinga, não me dei bem com a neve da serra. Para além disso, o dinheiro faltava assim como o trabalho. Cheguei a ir carregar sacos de batata para ganhar algum dinheiro. Comecei depois, num pequeno espaço, a fazer gradeamentos e portões, com a ajuda da minha esposa. Cheguei a ir buscar material, tal como cantoneiras de ferro, com cerca de 4 metros de comprimento, que transportava às costas ao longo de 6 km.
Como a minha profissão tinha a ver com a reparação de navios, surgiu a oportunidade de vir para os Açores reparar um navio, oportunidade essa que “agarrei”, até porque, o clima é bem mais ameno. Previa-se que ficasse cá 7 meses. Ao fim de algum tempo as saudades da família apertavam e a minha esposa e filha vieram apara cá. O tempo foi passando e nós ficamos. Cá nasceu, em Outubro, o meu filho Paulo que agora tem 34 anos, longe por isso de ficarmos os 7 meses previstos. Os filhos cresceram e fizeram os seus estudos. A Márcia tirou um curso superior e o Paulo quis ficar pelo secundário. Graças a Deus, e apesar das agruras da vida, nunca lhes faltou nada. Ambos casaram e a Márcia deu-me dois netos. A nossa vida está toda aqui e não pensamos ir para outro lado. O único sítio que quero voltar, antes de morrer, é à minha terra Angola.
A minha vida continua ligada às reparações navais e à serralharia. No decorrer da minha atividade profissional muitos foram os acidentes, sendo o último o que mais me marcou. Em janeiro de 2005 caí de um andaime a 7 metros de altura, parti os dois calcanhares, estive numa cadeira de rodas 9 meses e as perspectivas não eram boas. Mas felizmente, apesar de muitas vezes desanimar, consegui ter força de vontade para voltar a andar.
Hoje ando sem ajuda e estou a trabalhar no que mais gosto, a mecânica.
Espero viver o suficiente para ensinar aos meus netos a minha arte. Quando gostamos do que fazemos podemos ser os melhores. Tenho orgulho no que faço!
O que quero ensinar aos meus filhos e netos é que há que ser honesto e trabalhador, porque sem trabalho nada se consegue, e apesar das partidas que a vida nos prega temos que erguer a cabeça, lutar e seguir em frente com toda a força.

Registo realizado por: Alexandre Sá Alberto, 5ºA